Psicologia: Ação e Compromisso Social


ROSELY SAYÃO

JULIA, LUIZA E LUCAS



Eles estão sós, não falam porque acham que não serão ouvidos, e não acham nenhum adulto que os ajude


JULIA, 15 anos, cursa o primeiro ano do ensino médio e quer parar de estudar. Neste ano, seu aproveitamento escolar foi, segundo ela mesma, péssimo. Não estudou, as notas nas avaliações foram muito baixas e não conseguiu estabelecer relação com nenhum colega de classe.
A escola avisou aos pais que o ano já está perdido e que, apesar de ela ser bem comportada no espaço escolar, não rende nos estudos e está sempre isolada. A coordenadora sugeriu que os pais procurassem tratamento psicológico para a garota, porque ela pode estar deprimida por não ter conseguido se adaptar à nova escola, para a qual foi transferida neste ano.
Os pais têm uma hipótese: a de que a filha foi vítima de "bullying". Por isso, já têm uma solução para o problema -que é uma nova transferência de escola. Aliás, estão atualmente visitando escolas, conversando com coordenadores e consultando guias escolares para que, desta vez, façam uma escolha mais acertada.
E o que Julia acha? Ninguém perguntou para ela, assim também como ninguém escuta o que ela tenta dizer, de uma forma um tanto quanto atrapalhada. Julia tem uma única solução para o que considera seu problema: deixar os estudos. E tem também uma reclamação: ninguém a leva a sério.
Luiza, 16 anos, passa por uma situação delicada: está grávida. Mas, segundo a mãe, por pouco tempo. A família irá providenciar a interrupção da gravidez. Já o namorado de Luiza, assim que soube do fato, se apavorou. Disse à namorada que ele não podia contar aos pais, porque isso geraria problemas familiares muito graves. Pediu que ela conversasse com a mãe sobre o caso, porque sabia que esta seria mais compreensiva.
O que Luiza pensa a respeito de seu estado, da reação do namorado frente à situação e, ainda, da decisão tomada pela mãe para acabar com o problema? Talvez apenas sua melhor amiga saiba a resposta. Nenhum adulto com relacionamento próximo a ela conseguiu ou quis dialogar com ela a respeito. Luiza diz que isso não importa já que tudo será resolvido "da melhor forma".
Lucas entrou numa boa faculdade este ano. Foi sempre considerado bom filho e bom aluno. "Nunca me deu problema antes", diz a mãe. Acontece que frequentar a universidade parece ter sido um fato decisivo para tirá-lo de seu prumo. Pelo esforço e pela boa colocação no vestibular, ganhou como prêmio um carro, que ele já bateu três vezes. Agora, Lucas deu de passar noites fora sem avisar os pais e a beber em demasia. Atualmente, não pode usar o carro -e não contestou a decisão tomada pelos pais.
O jovem foi levado a um psiquiatra e com ele fez uma única consulta, mas se recusa a continuar o tratamento. Seu pai desconfia que ele usa maconha socialmente apenas. Por isso, não considera necessário conversar com o filho sobre isso. Ele próprio, quando estava na universidade, fez uso esporádico da erva. Quando perguntam a Lucas por que ele tem agido assim, sua resposta é sair de perto dos pais, em silêncio e cabisbaixo.
Julia, Luiza e Lucas representam muitos de seus pares na solidão em que se encontram. Não se entendem e não encontram nenhum adulto que os ajude a se entenderem melhor. Não falam porque acham que não são ouvidos.
Com quem nossos jovens contam -além dos especialistas aos quais são encaminhados- para falar de suas angústias, seus medos, suas insatisfações e até mesmo do tédio que experimentam em suas vidas ?
Qual é nosso papel e nossa responsabilidade para com eles?
Julia, Luiza e Lucas gostariam de saber quais respostas nós temos para essas suas questões.


ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha) 




CUIDADO: 'BURN OUT'

Conhecida como a doença dos idealistas, esta síndrome é desencadeada por situações estressantes e caracteriza-se por uma desilusão profunda em relação ao próprio trabalho 


Shutterstock


GUILHERME GENESTRETIDE SÃO PAULO
Perfeccionismo é fator de risco para esta doença insidiosa, que ataca a motivação de gente que rala, sem distinção de cargos hierárquicos.
O "burn out", termo que em inglês designa a combustão completa, está incluído no rol dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. Foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009, segundo dados da Previdência Social.
A síndrome é bem mais que "mero" estado de estresse, não pode ser confundida.
Esse transtorno psíquico mescla esgotamento e desilusão. Pode ser desencadeado por uma exposição contínua a situações estressantes no trabalho, explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente no Brasil da Isma (International Stress Management Association), entidade que pesquisa o "burn out".
"A doença é gerada pela percepção de que o esforço colocado no trabalho é superior à recompensa. A pessoa se sente injustiçada e vai se alienando, apresentando sintomas como depressão, fobias e dores musculares."
É a doença dos idealistas, diz Marilda Lipp, do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora de psicologia da PUC-Campinas.
"O 'burn out' é um desalento profundo, ataca pessoas dedicadas demais ao trabalho, que descobrem que nada daquilo pelo que se dedicaram valeu a pena."
O estresse, compara Lipp, tem um componente biológico forte, ligado a situações em que o corpo tem de responder ao perigo. Já o "burn out" é um estado emocional em que a pessoa não sente mais vontade de produzir.
"Tem a ver com o valor depositado no trabalho", diz Lipp. "Quem apresenta exaustão emocional, não se envolve mais com o que faz e reduz as ambições pode estar sofrendo do transtorno."
O diagnóstico não é fácil: a apatia gerada pelo "burn out" pode sugerir depressão ou síndrome do pânico.
Médicos, professores e policiais são grupos de risco, diz Duílio de Camargo, psiquiatra do trabalho ligado ao Hospital das Clínicas.

DESMAIOS
O professor Cláudio Rodrigues, 43, entrou em combustão total por duas vezes. Começou como um estresse, que foi se acumulando ao longo de dez anos.
Ele lecionava 13 horas por dia numa escola da zona sul de São Paulo. E se frustrava com salas lotadas e alunos desinteressados, conta.
"Via um aluno meu entregando pizza junto com alguém que nunca tinha estudado. Eu me sentia impotente como professor". Deprimido, se manteve afastado das salas por dois anos. Em 2004, depois de receber acompanhamento psiquiátrico e tomar medicação, voltou. Em maio deste ano, recaiu.
"Nada tinha mudado na escola, estrutura péssima. Eu me sentia responsável por estar levando todos os alunos a um caminho sem futuro."
No meio de uma aula, o professor começou a suar e sentir o corpo ficar mole. Saiu e desmaiou na escada. Na semana seguinte, enquanto caminhava para o trabalho, desmaiou de novo. Está afastado desde então.
"Sinto uma insatisfação por ver que o meu trabalho não vale a pena", desabafa.
A vigia Lucimeire Stanco, 34, também passou um tempo licenciada por causa de "burn out". Em 2006, ela fazia a ronda noturna em um colégio da zona leste. Passava a noite só e por duas vezes teve que se esconder quando tentaram invadir o lugar.
"Sentia desânimo porque não me tiravam daquela situação. Me sentia rejeitada, vítima." Ela se tratou e se readaptou. Hoje, só trabalha de dia, e acompanhada de outros vigias.
Casos como esses são tratados com psicoterapia e antidepressivos mas, segundo Marilda Lipp, a medicação só combate os sintomas.
"A pessoa precisa reavaliar o papel do trabalho em sua vida, aprender a dizer não quando não tem condições de executar algo e reconhecer o próprio valor, mesmo que outros não o façam."

FACA NA GARGANTA
"Eu era infeliz e não sabia", afirma a empresária Amália Sina, 45. Hoje ela é a dona do negócio, mas há quatro anos, era a vice-presidente, na América Latina, de uma multinacional e responsável pelas atividades da empresa em 22 países.
"Dava aquela impressão de que o mundo girava em torno do trabalho, sempre com a faca na garganta", diz.
Para a empresária, o apoio que teve da família e a prática de exercícios a ajudaram a suportar as pressões. Até ela deixar a função executiva.
A empresária adotou a estratégia correta para prevenir um "burn out", segundo o psiquiatra Duílio de Camargo. "A pessoa chega a esse estado sem saber o que tem. Se não tiver acolhimento da família, o desconforto aumenta."
Na visão de Eugenio Mussak, fisiologista e professor de gestão de pessoas, as providências para prevenir essa patologia do trabalho devem partir tanto do sujeito quanto da empresa.
Segundo Mussak, todo mundo que trabalha bastante deve se permitir algumas atividades diárias cuja única finalidade seja o prazer, para compensar o clima estressante. E se o ambiente de trabalho puder criar um "estado de férias", melhor ainda.
"Chefes compreensivos, que valorizam o esforço e respeitam os limites de seus subordinados criam um ambiente menos favorável ao "burn out'", diz o professor.

Ele continua: "É preciso respeitar o limite entre o que é profissional e o que é pessoal, e a empresa deve estimular o trabalhador a respeitar esses limites também."


O tempo cura nossos lapsos morais

Más ações podem estar mais perto do presente do que lembramos

Por BENEDICT CAREY
Uma filha jovem morando em casa. Sogros doentes ou dependentes. Ausência de poupança ou renda adequada. E lá estava trabalhando em uma grande loja de departamentos que ganhava muito dinheiro. Quem sentiria falta de alguns artigos aqui e ali -uma jaqueta, alguns cosméticos?
"Eu sabia que estava errada e sabia que provavelmente seria apanhada", disse a ladra, que recentemente contou seus atos da década de 1980 para pesquisadores que estudam opções morais. "Depois disso, eu realmente me convenci de que ia consertar a minha vida e seguir o bom caminho."
Os últimos anos psicólogos revelaram as diversas maneiras como as pessoas subconscientemente massageiam sua autoimagem moral. Hoje, os cientistas começam a aprender que, ao juntar as partes de uma história de vida, a mente empurra os lapsos morais para trás no tempo e aproxima as boas ações -criando na verdade uma autobiografia alterada. Reconhecer essa tendência em si próprio, dizem os psicólogos, pode ao mesmo tempo reduzir o risco de cair na virtuosidade hipócrita da meia-idade e aumentar a vigilância moral para quando é mais importante: o presente.
"Não podemos reformar o passado, mas o cérebro tem dificuldade para situar os acontecimentos no tempo, e somos capazes de mudar os elementos de lugar", disse Anne E. Wilson, psicóloga social na Universidade Wilfrid Laurier em Waterloo, Ontário (Canadá). "O resultado é que conseguimos criar uma história pessoal que, se não perfeita, nos faz sentir que estamos melhorando cada vez mais."
Neurocientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena recrutaram cem pessoas entre 40 anos e 60 anos para participar do que foi descrito como um estudo da memória. Respondendo a dezenas de estímulos, elas despejaram suas lembranças.
Uma pessoa confessou ter furtado um bloco de anotações de um empregador, outra que roubou livros quando era uma jovem pobre no México. Uma terceira admitiu trair seu marido. Um ex-viciado em drogas lembrou de que cometeu um assalto armado de faca ("eu só me lembro da adrenalina -me deu uma sensação de grande poder").
As más ações mais comuns eram as mais lamentadas: furtar, seguido de trapacear (seja a um parceiro romântico ou em uma prova) e mentir.
Os participantes voltaram semanas depois e deram notas para cada uma de suas histórias em diversas escalas, incluindo as emoções que sentiram no momento e a data estimada em que o episódio aconteceu.
Depois de corrigir a idade na época das memórias (em outras palavras, tentar levar em conta as maluquices da juventude), os pesquisadores identificaram um padrão nítido: as pessoas datavam suas memórias de erros morais cerca de dez anos antes, em média, que as memórias de boas ações.
Os doutores Adolphs e Escobedo afirmam que, para falar sobre os lapsos morais, as pessoas precisam primeiro de tempo para se reimaginar como tendo evoluído.
"As pessoas honestamente veem seu passado sob uma luz moral crítica, mas ao mesmo tempo tendem a enfatizar que têm melhorado", concluíram os autores.
Outros pesquisadores notam que muitos fatos desagradáveis parecem mais distantes do que são na verdade, e não apenas os que têm uma carga moral. Mas a mente parece especialmente inclinada a recuar no tempo quando se trata de atos cruéis, mesquinhos ou covardes.
"A coisa mais estranha ao ler sobre todas essas opções morais é que isso o faz mais ou menos sentir-se bem consigo mesmo", disse Escobedo. "Apenas ver que todo mundo comete erros e lamenta não ter feito o que é moralmente certo: isso o faz sentir-se mais ligado à humanidade."


Terapia familiar é a mais eficaz para tratar anorexia

Resultados de sessões individuais foram comparados aos da técnica que envolve pais e irmãos de paciente

Pesquisa das universidades de Stanford e Chicago avaliou a recuperação de jovens dos dois sexos 

JULIANA VINES
DE SÃO PAULO

A terapia familiar é duas vezes mais eficaz no tratamento da anorexia nervosa do que a terapia individual.
Uma pesquisa da Universidade de Stanford em parceria com a Universidade de Chicago, nos EUA, comparou os dois tipos de tratamentos em 121 pacientes de 12 a 18 anos.
Aqueles que tiveram apoio e acompanhamento de pais e irmãos se recuperaram mais rapidamente e melhor.
Para Ester Zatyrko Schomer, psicóloga clínica e terapeuta familiar do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (Ambulim) do Hospital das Clínicas da USP, tratar a família toda é mesmo mais eficaz do que acompanhar apenas o paciente.
"A rotina familiar pode ter relação com a determinação ou a continuidade da doença. Essa é a terapia mais abrangente, porque cada um descobre o que precisa fazer para ajudar."
Uma pessoa com anorexia é capaz de desestabilizar toda a casa. Em geral, quando os pais procuram ajuda para os filhos, eles mesmos já estão precisando de apoio.
"Eles se sentem impotentes e já estão cansados. Isso gera conflitos, agressões das duas partes e perda do diálogo", diz a médica psiquiatra Maria Angélica Nunes, coordenadora do Grupo de Estudos e Assistência aos Transtornos Alimentares (Geata), de Porto Alegre.
A forma mais comum do tratamento familiar coloca o paciente, irmãos e pais na mesma sessão. A primeira lição que os pais aprendem é que eles não são e nem devem se sentir culpados.
"Há muitas causas para um transtorno alimentar. É impossível falar em culpados. Os pais precisam recuperar a autoestima e a autoridade. Eles são as melhores pessoas para orientar e ajudar os filhos doentes", afirma Liliane Kijner Kern, médica psiquiatra do Programa de Orientação e Assistência a Transtornos Alimentares (Proata) da Unifesp.
Em uma das sessões, por exemplo, todos são convidados a almoçar no consultório. O terapeuta assiste a tudo e apoia os conselhos dos pais para reforçar a autoridade.

ERROS
Segundo Kern, sem orientação, muitas vezes as famílias tomam rumos errados. Há, segundo ela, duas atitudes comuns que só fazem alimentar a doença. A primeira delas é insistir para que o paciente coma.
"É uma guerra sem solução. Os pais tentam argumentar sobre a comida, o número de calorias e não adianta. A doença é sempre mais forte", diz a psiquiatra.
Outro problema é ceder às exigências do paciente. Quem tem um transtorno alimentar tenta controlar a alimentação da família toda e faz chantagens para isso. "Ceder só fortalece o mau comportamento do paciente", explica a médica.
Todos os integrantes da família precisam estar abertos ao diálogo, esquecer as cobranças e fazer acordos.

"Firmamos um acordo sobre como vai ser a alimentação naquela semana, e precisamos da família para fiscalizar se o cardápio está sendo cumprido. É um plano discutido e firmado entre o paciente, o terapeuta e a família. Essa é a maior ajuda que a família pode dar", afirma a nutricionista Fernanda Pisciolaro, da Associação Brasileira paro o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).


Mobilização Nacional em apoio a jornada de 30 horas - Sindicato dos Psicólogos de São Paulo

 
Caros Psis,
O SinPsi, Sindicato dos Psicólogos de São Paulo está realizando a seguinte enquete:
O seu candidato a Deputado Federal apóia a Jornada de Trabalho de 30 horas para Psicólogo????
http://www.sinpsi.org/pesquisa_02.php

é uma pergunta que nos faz pensar, e não apenas pensar, que mobiliza a todos para escreverem para seus candidatos a deputado
federal sobre um posicionamento quanto a esta questão, tão importante para nossa categoria. O resultado desta enquete tem demonstrado que a grande maioria não consulta seu candidato a deputado sobre o tema. Este é o melhor momento para nossa mobilização.

O Sindicato dos Psicólogos também está promovendo uma campanha de mobilização dos Deputados Federais e Senadores para a aprovação da redução da Jornada de Trabalho para Psicólogo.

Abaixo eu copio as principais informações.

Acompanhem novas notícias no site: http://www.sinpsi.org e no email:
sinpsi@sinpsi.org

Encaminhem este email a seus colegas,

Abraços,

Dario


Notícias do Site do SINPSI

10/09/2010

Psicólogos/as, não deixem de conferir. Informações sobre a Jornada de 30 horas para a psicologia


1- PL 1858/91 (apresentado em 1991) – Foi aprovado na Câmara dos Deputados e depois seguiu para o Senado onde sofreu inúmeras emendas e, de volta à Câmara dos deputados, acabou saindo da pauta por acordo das lideranças. O PL 1858/91 dispõe sobre jornada de 30 horas e também sobre piso. A avaliação é que tratando de duas matérias polêmicas em um único projeto (piso e jornada) acabou atraindo maiores resistências, que resultou na demora da tramitação – de 1991 até 2005 – e no seu arquivamento em 2005.

2- PL 3338/08 (apresentado em 2008) - Esse projeto é ruim desde a origem, a começar pela proposta de estabelecer uma jornada de 24 horas quando o consensual são 30 horas, tanto entre outras profissões, como enfermagem e farmácia (o PL das Assistentes Sociais aprovado é de 30 horas), quanto entre os usuários de saúde que, nas últimas conferências, tem votado a favor da jornada de 30 horas para os profissionais de saúde. Foi uma iniciativa isolada do Deputado do Rio de Janeiro, Felipe Bornier, sem articulação com as entidades da psicologia. Na versão inicial do PL alterava-se a lei que criou o Conselho e não lei que instituiu a profissão, como manda a boa técnica legislativa. Para atrapalhar ainda mais, o Deputado Eudes Xavier, do Ceará, fez a relatoria na Comissão de Serviço Público e tirou as 24 horas e substituiu por “negociação”. Seu parecer afirma que estipular jornada é inconstitucional. A aprovação da Lei dos Assistentes Sociais desmente definitivamente essa tese.
Assim ficou o texto foi aprovado o PL 3338/08: “Art. 13-A. A jornada de trabalho dos psicólogos e os percentuais sobre as horas extraordinárias serão fixados em acordo ou convenção coletiva de trabalho.”

Da Câmara seguiu para ser apreciado no Senado. Lá foi denominado PLC 150/09 (Projeto de Lei da Câmara). Está tramitando. Foi encaminhado para a primeira Comissão Legislativa, Comissão de Assuntos Sociais que é presidida pela Senadora Rosalba Ciarlini (DEM/RN), sendo o Vice o Senador Paulo Paim (PT/RS).
Para relatoria do PLC foi designada a Senadora Lucia Vânia (PSDB/GO), que deu parecer pela manutenção do texto original, ou seja, negociação como forma de se estabelecer a jornada. A Senadora posteriormente pediu para que fosse reenviado o seu relatório para que ela o reexaminasse.

3- Profissões da Saúde – São 13 as profissões regulamentadas. Dessas 13, apenas duas tem sua jornada de 30 horas regulada por lei federal e se passaram mais de 16 anos da aprovação da dos Fisio/TO até a segunda, Serviço Social. É fácil concluir que há uma dificuldade em se aprovar projetos que garantam direitos especiais, já que a jornada constitucional ainda é de 44 horas semanais. É útil também termos informações qualificadas para evitar julgamentos apressados e derrotistas


10/09/2010

Projeto de Lei que impediu as 30 horas para os psicólogos agora esta no Senado


O PL 3338/08 é ruim desde a origem. A começar pela proposta de estabelecer uma jornada de 24 horas quando o consensual são 30 horas, tanto entre outras profissões, como enfermagem e farmácia (o PL das Assistentes Sociais aprovado é de 30 horas), quanto entre os usuários de saúde que, nas últimas conferências, tem votado a favor da jornada de 30 horas para os profissionais de saúde. Foi uma iniciativa isolada do Deputado do Rio de Janeiro, Felipe Bornier, sem articulação com as entidades da psicologia.

Na versão inicial do PL alterava-se a lei que criou o Conselho e não lei que instituiu a profissão, como manda a boa técnica legislativa. Para atrapalhar ainda mais, o Deputado Eudes Xavier, do Ceará, fez a relatoria na Comissão de Serviço Público e tirou as 24 horas e substituiu por “negociação”. Seu parecer afirma que estipular jornada é inconstitucional. A aprovação da Lei dos Assistentes Sociais desmente definitivamente essa tese.

Assim ficou o texto foi aprovado o PL 3338/08: “Art. 13-A. A jornada de trabalho dos psicólogos e os percentuais sobre as horas extraordinárias serão fixados em acordo ou convenção coletiva de trabalho.”
[Clique aqui e envie manifesto aos Senadores em apoio a jornada de 30 horas para os psicólogos]


09/09/2010

Manifesto aos Senadores em apoio a jornada de 30 horas para os psicólogos



Excelentíssimo (a) Senador (a),

Parabenizamos essa casa pela aprovação do PL que definiu a jornada de trabalho dos Assistentes Sociais em 30 horas semanais. Tal jornada faz justiça à qualidade e ao nível de especialização de uma profissão tão importante para a qualidade de vida e o exercício da cidadania da sociedade brasileira.

Ocorre que a nossa profissão, a psicologia, luta pela aprovação de uma lei no mesmo sentido. Nossa reivindicação é idêntica. Queremos regulamentar nossa jornada em 30 horas semanais.

Queremos garantir uma jornada compatível com o nível de especialização e com o desgaste que uma jornada estendida provoca. Reduzindo as horas trabalhadas, estamos protegendo o profissional e a ele garantindo melhores condições de trabalho que, ao final, se reverte em melhor qualidade dos serviços prestados. O ganho é também da população atendida.

Com a aprovação do PL dos Assistentes Sociais e com a sanção presidencial, ficam dirimidas as dúvidas quanto à legalidade ou constitucionalidade de um PL que contemple o anseio da psicologia. É possível afirmar que há em nosso favor, assim como houve para os Assistentes Sociais, argumentos consistentes, sendo questão de bom senso aprovar as 30 horas para os psicólogos.

Hoje já somos mais de 160 mil psicólogos no Brasil e, somente no Estado de São Paulo, 70 mil cadastrados. Uma categoria com essa magnitude merecerá seu voto favorável a uma causa tão desejada e de tão grande importância para o exercício da profissão.

Sabemos que nessa casa está tramitando o PLC 150/09, originariamente PL 3338/09. O PL foi aprovado com uma redação que em nada nos atendeu, pelo contrário. O texto aprovado - “Art. 13-A. A jornada de trabalho dos psicólogos e os percentuais sobre as horas extraordinárias serão fixados em acordo ou convenção coletiva de trabalho.” – apenas nos garante um direito mais do que garantido, pois negociar é preceito constitucional e amplamente consagrado pela CLT.

Nossa única dúvida, Senhores Senadores, é se cabe uma emenda ao PLC 150/09, que sabemos teria que voltar à Câmara, ou se apoiaremos a apresentação de um novo PL na próxima legislatura. Seja qual for o caminho adotado é nossa expectativa que seja aprovada lei que, a exemplo do que aconteceu com os Assistentes Sociais, garanta a jornada de 30 horas para os psicólogos brasileiros.

Esperamos contar com apoio de Vossa Excelência e com seu voto decidido em prol de nossa causa.

Atenciosamente,

Rogério Giannini
presidente



12/09/2010

Manifesto aos Deputados Federais em apoio à jornada de 30 horas para os psicólogos



Excelentíssimo Deputado(a),

Parabenizamos essa casa pela aprovação do PL que definiu a jornada de trabalho dos Assistentes Sociais em 30 horas semanais. Tal jornada faz justiça à qualidade e ao nível de especialização de uma profissão tão importante para a qualidade de vida e o exercício da cidadania da sociedade brasileira.

Ocorre que a nossa profissão, a psicologia, luta pela aprovação de uma lei no mesmo sentido. Nossa reivindicação é idêntica. Queremos regulamentar nossa jornada em 30 horas semanais.

Tal qual os Assistentes Sociais, os psicólogos querem garantir uma jornada compatível com o nível de especialização e com o desgaste que uma jornada estendida provoca. Reduzindo as horas trabalhadas, estamos protegendo o profissional e a ele garantindo melhores condições de trabalho que, ao final, se reverte em melhor qualidade dos serviços prestados. O ganho é também da população atendida.

Com a aprovação do PL dos Assistentes Sociais e com a sanção presidencial, ficam dirimidas as dúvidas quanto à legalidade ou constitucionalidade de um PL que contemple o anseio da psicologia. É possível afirmar que há em nosso favor, assim como houve para os Assistentes Sociais, argumentos consistentes, sendo questão de bom senso aprovar as 30 horas para os psicólogos.

Hoje já somos mais de 160 mil psicólogos no Brasil e, somente no Estado de São Paulo, 70 mil cadastrados. Uma categoria com essa magnitude merecerá seu voto favorável a uma causa tão desejada e de tão grande importância para o exercício da profissão.

Encaminharemos, o SinPsi e demais entidades representativas da categoria, uma proposta de PL em breve. Esperamos contar com apoio de Vossa Excelência e com seu voto decidido em prol de nossa causa.

Atenciosamente,

Rogério Giannini
presidente